quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Breve Histórico

Eu que me nasci em ilha
Doravante navalha de caranguejos alados
Eles todos aterrados na lama do manguezal
Eu que me deixei na trilha
Longe do mar que fundei na estrada seca
A caminho de um oeste que se fez árido
E depois transmutado em bússola na direção norte
Brasília, inventada ou projetada
Devorou-me pelas quadras
Não fui turista, nem por acidente
Cada passo, desde a areia incandescente da velha,
Quatrocentona Vitória, regiamente imaginado
Fingi que destinos são amontoados de acasos
Ou que os acasos matam crianças cheias de ilusão
Nada planejei ou previ, para renascer no caminho
Entre areias, mares e sertões
É tanta memória na cabeça do ilhéu
Que o mar lhe afoga
Os pensamentos
Na solidão do interior
Dele próprio.

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