terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fragmento cruel

Cruel este fragmento
Que me angustia
Para terminá-lo
Antes que deixe de ser
Um haikai

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sombra

Na penumbra
A sombra se move
Repartida
Nem ela sabe ao certo
Qual parte lhe toca
A sombra é ambígua
Humana, por definição
Nasce da luz
E morre na escuridão

terça-feira, 3 de novembro de 2009

No templo, um samurai

O samurai impávido
Colosso de medo
Adentra o templo

Passeia a espada
Por cabeças serenas

De olhos fechados
O monge ora e sente
O frio da lâmina

Verte um suspiro
E oferece o pescoço antes de dizer:
Minha cabeça pela sua alma

O samurai baixa os olhos e se retira:
Não tinha moeda de troca