quarta-feira, 22 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

É pra já

Imediato Futuro
Ele me assalta
Antes que eu termine o pensamento....

Assimetrias

Prosa é monumento
Poesia some com o tempo
Passei dois meses para erguer um conto
E apenas oito segundos para chegar neste ponto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Diáfano desejo

A vida rasga...
Ou desabotoa
De dentro da blusa
Saltam seios, sereias
Outonos e verões.
E eu...
O que mais faria
Senão escolher
Entre o toque
E a fantasia?

Poesia do homem comum

Brilhamos todos
Brutas pedras
Ou diamantes lapidados
Histórias de dois lados
E o caminho do meio...
Onde cruzamos desiguais

Algo deveria permanecer
Entre o cristal
E o caco de vidro
Algo que nos fizesse crer:
Somos preciosos
Ainda que ordinários.

domingo, 5 de abril de 2009

De pampas e cerrados

Desci o Eixo...
Monumental de Nuñez
Ouvindo um tango
Lembrando a Recoleta
Em transe de Niemeyer

Brasília foi pelos Aires
Assim que pisei
Portenha rosa
E deixei pelo asfalto
Vaga lembrança
Longínquo ruído
De bandoneon
Que zunia feito meu coche
Em disparada pelo eixo
Para afinal encontrar
A esquina que vai unir
Este delírio de cidade.

Sem sinal

No dia que não consigo escrever nada
Eu sei que alguém roubou meu sinal
Ninguém é poeta
Senão antena.

sábado, 4 de abril de 2009

Espelhar

Confunde-me
Tua presença
Ao espelho
Aquilo que vejo
Ocultado
Funde-se na imagem
Do infinito, que circula
Ao refletir
Eternamente projetado
Como se espelho fosse
Tudo aquilo
Que demonstro
Ocultar
Na presença
Do que espélho
Ao viver

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Interlúdio

Inventam-se
A noite, o azul
O prazer
Bebem-se
O cálice, a vida
A mulher
Pisam-se pedras, espinhos
Cetins
Deitam-se lençóis, amores
Carmins
Até o dia que nada se pisa,
Se bebe, se inventa
Ou seduz
Resta o avesso, o mistério
E um facho de luz...

Premência

Torturam-me, por vezes
O peito, o plexo
Que pede algo
Sem contexto, sem nexo
Por dentro, o tal incômodo
Fere, grita, machuca
Feito golpe, dúvida, punhal
Tragam-me rápido
Papiro, teclado, mural
Das duas uma:
Ou parimos a palavra
Ou matamos o poeta.