Sem escapatória

Vigilante a palavra
Que não permite escapar
O sentido deliberado
E oculto
Do que se escreve
Entre linhas, entre fatos

Aquele que se lança
Nesse tal oceano da palavra
Já não sabe nem controla
O barco que navega e naufraga
No sentido
Que ele próprio
Deixou escapar

2011 - O ano que precede o caos

Prefiro não guardar minhas impressões sobre o ano que nos pisoteia. A partir de agora será assim. Os anos não irão passar, irão surgir e desaparecer com a velocidade de uma revoada de pássaros apoiada sobre patas de elefante. Será tudo muito rápido e pesado, sinto eu. Preparem seus bunkers mentais e psicológicos para tentar uma improvável salvação. Porque pouco importa quem irá se salvar. Talvez sejam estes mesmos que irão perder o trem do universo. Importa mesmo qual a transformação em curso e para onde a corrente nos leva. 2011 é o ano que precede o caos já em operação de guerra. Egito se incendeia, vazamentos virtuais e petrolíferos, regimes e ditadores em nudez diplomática, a bolha de futilidade que assalta os sites e as redes sociais. O mundo não é mais um moinho. É um vórtex sem freios. Bem vindo 2011. E continuem tentando explicar os fatos da maneira mais racional possível. Os mestres da humanidade se divertem enquanto isso.
Estejam todos em paz