segunda-feira, 24 de agosto de 2015



Poesia Concreta

Poesia é arte
A arte dos malditos
Os malditos preguiçosos
Nada dizem, pouco escrevem
Aliás, deveriam facilitar os poetas
Esses indolentes que detestam literatura
Poderiam abolir a palavra e deixar a imagem
A poesia deveria ser a escada que acabo de construir...

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  Madrugada inquieta


                  Toda noite eu procuro
                  O sonho que fugiu de mim

                 Toda tarde eu vagueio
                 Tentando lembrar do sonho
                
                 Toda dia eu não durmo
                 E sem sono fico escrevendo

                Eu queria sonhar acordado
                E dormir só por esporte


                Deitado não vejo sentido
                Escrevendo não acho a palavra
                Acordado eu morro de sono

                Noite confusa
                Manhã de cansaço
               
                É a palavra, mais o sonho
                Que fazem da minha cama
                
                O ponto de mutação
               
               
                                 
              
             
                



Internet

    Existem sinais voando
    Na vertigem do mundo estranho
   
   Muitas mensagens rápidas
   E nenhuma resposta que chegue a tempo

   Pois não tem velocidade que segure
   Não tem tecnologia que me cure
   Nenhuma virtualidade que alivie    
  
   A sede que me assalta
   Cada beijo que me falta
   Na solidão da infovia
   Feroz doença de internauta


Fundos

Eu me afundo enquanto sinto
Afundar naquilo que nunca
Se chega ao fundo
Os fundos de poço
Navios afundados
E apesar de profundo
Nunca se chega ao fundo
Daquilo que se considera
O fundo da questão
Os fundos de mar
Os fundos de coração
O desejo mais profundo
Afundado em questões
Profundas
E absolutamente...
Infundadas