segunda-feira, 30 de março de 2009

Garrafa

Que espécie de amor diáfano,
Zen budista
Lançaria um vidro sem nada
Em direção a lugar nenhum?

Encontrada a garrafa
Onde estaria a mensagem?
Aberto o vidro
Qual seria a razão?

E a garrafa permanece ali
Jogada, solitária

Porque nada tinha a dizer
Nem papel
Nem mensagem

Quantas garrafas e quantos vazios
Cruzam mares e pensamentos
Partem na visão de mistérios
E chegam límpidos e evidentes
Pousando a lente indecifrável
Da mensagem
No vazio da garrafa

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